Você já se imaginou passando férias em Marte? Pois saiba que essa ideia está mais perto de se tornar real desde o último dia 8. Tudo por causa do sonho do empresário e cientista sul-africano Elon Musk, 39 anos.
Ele está disputando um mercado antes restrito às agências governamentais como a americana Nasa e a russa Roscomos. E, ao que tudo indica, Musk está no caminho certo. Na quarta-feira passada, sua empresa, a SpaceX, entrou para a história ao lançar a primeira nave espacial privada a realizar uma órbita completa na Terra.
Lançamento nos EUA: o Falcon 9 (foto) partiu da base da Nasa, de Cabo Canaveral
Detalhe: enquanto a Nasa gasta, em média, US$ 450 milhões a cada lançamento de seus ônibus espaciais, o custo do lançamento do foguete Falcon 9 é de cerca de US$ 50 milhões. A explicação é simples: tecnologia mais avançada.
Os ônibus da Nasa foram desenvolvidos na década de 1970. Por enquanto, a intenção de Musk, que é radicado nos Estados Unidos, não é levar turistas ao espaço, mas o empresário espera transportar uma missão tripulada para Marte no prazo de uma década.
“A experiência dissemina tecnologia, democratizando assim o acesso ao espaço”, afirma James Waterhouse, professor do curso de engenharia aeronáutica da USP de São Carlos (SP).
Quem observa o projeto de Musk acha que se trata de mais um daqueles visionários excêntricos. Não é o caso. Musk é um empreendedor nato. Foi ele quem criou o sistema de pagamentos online PayPal, vendido por US$ 1,5 bilhão ao eBay em 2002.
É também dono da Tesla e da SolarCity, a primeira fábrica de carros elétricos e a segunda que desenvolve painéis de energia solar. Mas o maior sucesso atual é mesmo a SpaceX.
Desde 2008, a companhia possui um contrato de US$ 1,6 bilhão com a Nasa para que o Falcon 9 faça 12 viagens oficiais até a Estação Espacial Internacional (ISS) para o transporte de suprimentos.
A primeira dessas viagens deve acontecer já em 2011. E não é só pelos contratos que Musk está hoje totalmente ligado à Nasa. A sua base de lançamentos é a famosa estação de Cabo Canaveral, na Flórida, que pertence à agência americana.
Mas também há grandes interesses da Nasa no sucesso da SpaceX. Com a previsão de aposentadoria dos ônibus espaciais no próximo ano, a agência americana conta com a empresa de Musk para não ficar dependente da Roscomos se quiser levar seus astronautas ao espaço.